quarta-feira, 27 de julho de 2011

Porque parei? (de postar) 3ª parte

Continuando... Antes de ser transferida meu filho Richard chegou, e fomos todos juntos para o IOT por um túnel subterrâneo que liga os dois Institutos. Minha irmã foi pra casa dormir e ficou meu filho.
Meu filho Richard. Designer.
Assim que cheguei fui examinada por um casal de médicos, novamente falei da dor na escapula. Pediram novos RX, disseram que os da emergência nunca saem como eles querem. Desse vez não teve refresco, puxam pra lá, viram pra cá até ficar na posição que eles querem. Só tiraram RX de onde tinham as fraturas e um do tórax devido a minha reclamação, me mandaram encher o peito de ar, fiz o possível com a sensação de não ter sido o suficiente. Voltei pra sala onde estava, do meu lado tinha um rapaz que parecia ter quebrado a mão. A médica veio e avaliou os RX, saiu da sala e tempos depois voltou com outro médico dizendo que tinha que fazer uma tomo do braço, ele olhou o corte da minha mão esquerda e resmungou algo que não entendi. Em seguida fui encaminhada a tomo, de novo tive que voltar pelo mesmo túnel que havia percorrido a pouco tempo, coitada das auxiliares, peso 95kg. Chegando lá já entrei direto na sala. De novo me colocaram na maca da tomo com colchão e tudo. Só que desta vez eles não queriam tomo de crânio, era do braço, só do braço! A maca da tomo tem formato de canoa e eles queriam me colocar de lado lá, me pediram pra posicionar o braço e eu respondi que não conseguia, estava quebrado ao meio... daí foram pro meu lado esquerdo e puxaram o colchão e meu braço quebrado caiu pendurado do lado da maca!!!!!! Puta merda que dor do cão!! Rapidamente pegaram meu braço e colocaram na lateral do meu corpo mas a dor já tinha se instalado. Não dava pra passar no tomógrafo devido o colchão solto, daí amarraram um lençol em volta do colchão passando por baixo de mim. Claro que eu estava chorando de tanta dor devido a queda do braço. Tentaram fazer a tomo mas novamente o colchão enroscava. Novamente ajeitaram, puxaram o colchão pra cima e enfim conseguiu passar com o colchão raspando no arco do tomógrafo. 
Tomógrafo
Fiquei muito aliviada quando me passaram pra maca de novo, finalmente haviam conseguido! Voltei pelo túnel para o IOT, meu filho continuava lá me esperando sentado, ainda bem que ele havia carregado o notebook com ele, um passatempo, pois eu não conseguia nem falar direito. Eu não tinha noção das horas nem ânimo pra perguntar. O médico veio falar comigo, disse que ia colocar um fixador externo no braço direito e um Fio de kirschner na luxação do polegar esquerdo. Ele me explicou que esse procedimento era pra minimizar o tempo de internação e que provavelmente eu iria embora na segunda-feira,  era sábado. Caso fosse colocar uma haste interna ia ter que encomendar e demoraria um pouco (dias), perguntou a hora da última vez em que havia comido ou bebido algo e só então me dei conta que minha última ingesta de qualquer coisa foi no dia anterior as 18h, falei pra ele que pareceu não acreditar. Depois veio a médica e me fez a mesma pergunta e recebeu a mesma resposta, ela ainda completou: Ninguém te deu água em nenhum momento??? E eu respondi que sabia da possibilidade de ir pro centro cirúrgico e que por isso não pedi água. Até tive sede quando estava na emergência, mas não pedi. O contrário do médico ela pareceu ficar satisfeita com a resposta. Eu estava consciente e não via a hora daquilo acabar logo. Não notaram nada no RX das costas, mas eu tinha certeza que havia algo, pois sentia os ossos raspando entre si lá dentro a cada tentativa de movimentar o dorso na maca. Pedi um remédio pra dor por causa do braço e das costas, falei que tinha passado mal com o Tramal e me deram Dipirona e Morfina. Veio uma auxiliar e disse que ia me levar pro banho, pedi a ela que tirasse meu sutiem sem cortar, tenta daqui e de lá, ela conseguiu. Pedi isso porque o resto já estava cortado, minha calça, a camiseta, a blusa de lã e a jaqueta. Ela me levou na maca pro banho. É um banheiro enorme, fiquei pensando que podia ter um assim no InCor, pra quando o paciente fica muito tempo acamado, a gente colocar numa maca e dar um banho decente. Seria o sonho de muitas colegas e pacientes também. Depois do banho com bastante água, voltei pra sala onde estava. O médico avisou que assim que estivesse pronta podia subir pro centro cirúrgico. A auxiliar estava sozinha pois em momento algum vi mais alguém por ali. Ela falou que tinha que fazer outro acesso, tirar o esmalte e instalar antibiótico profilático. Pedi a ela pra dar  a acetona e algodão pro meu filho que ele ia adiantando o processo. Meu filho tirava o esmalte com tanto cuidado e tão lentamente. que a moça fez o acesso, instalou o antibiótico e ele estava tirando o esmalte ainda. Tinha esmalte nos pés e nas mãos e era aquela cor Merengue da Impala, quase vermelho, ele teve um trabalhão. Daí fui pro centro cirúrgico e meu filho ficou esperando, ele falou que isso aconteceu por volta das 13h, eu realmente perdi a noção de tempo, como disse nem me lembrei de comer ou beber água. Continua...

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