terça-feira, 26 de julho de 2011

Porque parei? (de postar) 2ª parte

Continuando... Não sei bem a hora que cheguei no hospital,  lembro que antes de entrar na emergência o socorrista do lado da maca brincou: Viu onde cortei sua bolsa? Nem consegui responder de tanta dor que sentia. Me passaram para maca da emergência e começou os procedimentos de rotina para eles, estudei tudo isso na escola, mas na hora parece que a gente esquece tudo, principalmente se ocupamos o lugar inverso ao que deveríamos. Veio um médico e apalpou as pernas, e segurou o ossinho da lateral do quadril (crista ilíaca)  com uma mão de cada lado, pressionou com força, sempre perguntando se doía, pareceu que fez isso com toda força que tinha. Definitivamente não havia fratura ali ou eu teria urrado de dor. Novamente falei da dor que sentia nas costas, na verdade falei escapula, que era onde parecia doer mais, talvez devido a limitação de movimento que eu tinha no braço esquerdo. Pareceu que não me deram ouvidos, passaram a desembrulhar a mão e em seguida o braço, isso sim era dor. meu braço foi imobilizado dobrado e eles disseram: Você conhece o procedimento, vamos ter que colocar num ângulo reto... Lá se foi meu aparente controle, nossa... foi muita dor. Daí pedi remédio pra dor e fui atendida. O único nome que me lembro é da Aux. Margô, pois era o mesmo nome de uma colega do Incor. Um dos médicos tentaram um acesso, sem sucesso e a Margô foi lá e resolveu o negócio. 1 ml de dolantina e eu fiquei bem das dores em pouco tempo, conseguia até falar melhor. A Margô chegou com minha bolsa para arrolar os valores que ali continha. Aff!!! Sou muito desorganizada e minha bolsa querida tem 4 aberturas diferentes, tinha dinheiro em tudo que é parte. Eu ía falando e ela ía tirando dinheiro dos lugares e colocando encima de mim, por não haver lugar onde colocar, não que o dinheiro fosse muito, rsrsrs, é que a sala estava regurgitando de gente. Pra ajudar ouço o barulho de uma maca entrando e alguém gritando "parada"!!!!! Aff, até eu na maca tive o ímpeto de levantar, tamanha a força que essa palavra tem no nosso meio. Para quem não sabe, grita-se assim quando um paciente está em parada cardíaca. Nem preciso dizer que a Margô deixou tudo encima de mim e foi atender a parada. Depois disso como não tinha ninguém ali me inquirindo, o efeito do remédio pesou e eu adormeci com som das vozes gritando medicações e ordens ao fundo, só acordei novamente com a mesma Margô e um Enfermeiro que pegou meus valores e meus aparelho e levou pra guardar. Naquela hora, olhei a alça da bolsa e a vi dobrada com uma etiqueta, provavelmente com meu nome. E me perguntei se era lá onde estava a etiqueta o lugar onde tinham cortado a alça. Agora me colocaram no corredor e fiquei esperando o RX, os rapazes do RX foram super legais também, lógico que doeu pois tinham que posicionar o braço, mas não foi como na hora de deixá-lo em ângulo reto. Voltei pro corredor. Não me lembro do nome do Técnico, só lembro muito bem que ele me perguntou se já haviam entrado em contato com minha família ao que respondi que já haviam tentado e não conseguiram. Ele me pediu o número e passei pra ele.  Volta e meia ele passava perto da maca e dizia que estava tentando. Daí me levaram para fazer uma tomo para ver como estava a cabeça, já fui imaginando como iam me passar pra mesa da tomo, sofri antecipadamente, eles me arrastaram com colchão e tudo como haviam feito no RX e voltei pro corredor. Não sei quem conseguiu ligar, sei que por volta das 00h minha irmã chegou. 
Minha irmã Rosa

Falei pra ela pegar minha bolsa e capacete, pedi pra ligar para Maria avisando do acidente e pro meu irmão ir retirar a moto na delegacia, ele até foi, mas a moto não tinha como sair de lá andando e eu não sabia disso. Ele a colocou num estacionamento e foi buscar no dia seguinte com a preciosa ajuda do meu amigo Alfredo. Se ele não tivesse feito isso, iam remove-la para um pátio, daí eu teria que pagar diária, guincho e sei lá mais o quê! Quando ela retornou pra perto da maca estava com minha bolsa a tiracolo, ali eu soube que não haviam cortado a alça.
Frente da moto, roda torta e falta de painel.
 Bom, enquanto isso eu continuava na maca, num determinado momento comecei a sentir dor novamente, pedi minha irmã que chamasse alguém e tempos depois fui medicada com Tramal EV. Eu nunca havia tomado esse medicamento e meu corpo não aceitou muito bem, comecei a vomitar, com as ondas de náuseas mais a força pra eliminar o que não tinha no estômago, vinha a dor nas costas e falta de ar. Minha irmã, coitada, passou a noite do meu lado, ainda bem que arrumaram um banquinho pra ela. Depois de determinarem as fraturas, faltava a liberação do Neuro, que fiquei aguardando quase até as 7 da manhã do dia 25/06. Aí veio a passagem de plantão e 15 minutoas antes e 15 depois, aproximadamente, não se faz nada que possa esperar um pouco e eu podia esperar. Fui levada pro IOT depois disso, acho que já eram mais de 8h. A troca de plantão é um momento importante do começo de cada turno de enfermagem, é o momento em que o pessoal do turno que está saindo passa para os que estão chegando tudo que aconteceu no plantão e as pendências que ficaram de cada paciente, eu era uma pendência. O Hospital das Clínicas de São Paulo é enorme e se divide em vários institutos que tomam conta de um quarteirão inteiro, fora os Hospitais de retaguarda. 
Este é o Instituto Central e o prédio amarelo é o Prédio dos Ambulatórios. (foto da Internet)
Primeiro fui atendida na emergência, depois fui encaminhada ao Instituto de Ortopedia e Traumatologia onde fiquei internada. Continua...

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