segunda-feira, 25 de julho de 2011

Porque parei? (de postar) 1ª parte.

Não parei, me pararam. Dia 24/06, 20h, ía eu feliz da vida pra casa da minha amiga Maria, ponte de feriado, após um plantão tranquilo no InCor. Quando um motociclista me parou, fui arremessada da moto de encontro ao muro de contenção do Viaduto Diário Popular. Por um minuto não consegui encher os pulmões de ar, minuto que pareceu uma eternidade, fiquei estatelada no chão olhando pro farol verde acima da minha cabeça e soltei um urro quando consegui respirar. Porque é que aquele cara tinha que fazer isso??? "Tenho que avisar a Maria e meus pacientes" foi a primeira coisa que me passou na cabeça. Em seguida via o cara da outra moto andando de um lado pro outro de bobojaco e bermudão, ou melhor, eu via as pernas dele enquanto cuspia os pedaços de dente pra fora da boca. 

Alguém que não era ele veio me pedir um telefone para contato com meus familiares, só conseguia lembrar do número de casa que por sinal ninguém atendia. Alguém gritou pra alguém chamar o socorro. Eu via o motociclista andar de um lado para o outro, agora com a mão na cabeça, acho que estava mais longe de mim. Um gentil rapaz que parecia estar de moto também, perguntou meu nome e como eu estava e ouvi alguém dizer: É mulher. Minha voz saía entrecortada e com muita dificuldade devido a costela fraturada, mas eu ainda não sabia disso. Sentia muita dor nas costas ao falar e respirar, daí comecei a contabilizar os danos, de onde eu estava não dava pra ver a moto... levantei a mão esquerda onde sentia leve ardência e constatei que havia um corte de aparência profunda entre o dedo polegar e o indicador, notei ainda que o polegar estava fora do lugar.... tão reto quanto os outros dedos, parecia que era só isso neste braço. Ouvi o gentil rapaz dizer: "Também já caí algumas vezes", que ele enumerou mas não me lembro. Passei para o outro braço, conseguia mexer os dedos e o pulso, mas sentia uma dormência aumentar no braço perto do ombro, deduzi que este havia fratura ali. Daí começou a parecer que o resgate estava demorando muito, ouvi alguém dizendo pra ligar pro SAMU e isto também foi feito. O gentil rapaz perguntou como tinha acontecido o acidente, e ouvi o motociclista dizendo que estava verde pra ele e que um taxista que quase tinha me pegado, (taxista fantasma este, pois em nenhum momento o vi), bem, eu queria muito falar, mas não conseguia devido a dor intensa que sentia ao respirar, ainda ouvi o motociclista falar que motoqueiro é assim mesmo o farol abre e já sai na frente. Chegou o resgate e logo começaram os procedimentos, neste momento fiquei mais aliviada por já ter chegado o socorro, para mim pareceu que durou horas para chegar. me fizeram umas perguntas de onde doía, apalparam as pernas, eu disse que doía o braço direito e as costas e que parecia que o polegar não estava no lugar. Questionaram como tirariam a jaqueta (havia pegado emprestado do meu irmão) eu disse podia cortar ao mesmo tempo em que o outro socorrista que estava do lado dizia o mesmo. Cortaram a jaqueta e a  blusa de lã verde linda que ganhei da minha amiga Cida, pensei nisso na hora (onde já se viu?)!!! Mas sabia que não conseguiria tirar a jaqueta do braço esquerdo por causa da dor nas costas, só saberia que tinha uma costela quebrada dois dias depois, eu estava usando uma bolsa a tiracolo que eu amo e perguntei... será que dá pra tirar a bolsa sem cortar a alça?(De novo não sei como conseguia pensar nisso). Os rapazes do corpo de bombeiros foram super gentis, cuidadosos e tiveram extremo cuidado ao imobilizar meu braço, ouvi quando um dizia pro outro, temos que colocar ela invertida na maca por causa do braço. Tiraram a bolsa e fiquei me perguntando se tiveram que cortar a alça...ouvi o meu telefone tocar e achei que fosse a Maria, pedi pra eles atenderem ao que me responderam: Primeiro vamos cuidar de você! Ai que ironia, sempre falo isso para meus pacientes quando querem algo que pode esperar, agora sei como se sentem. Colocaram o colar cervical, posicionaram meu braço direito e imobilizaram fizeram o mesmo com a mão esquerda, gemi de dor. Me colocaram na ambulância com a cabeça para porta e um dos socorristas sentou no banco lateral e foi segurando meu braço que também doía muito, principalmente depois de mexerem para imobilizar, expliquei que trabalhava no InCor e se podiam me levar para o Hospital das Clínicas. Pediram autorização acho que para a central deles e foi autorizado. Me emociono de lembrar a gentileza com que fui socorrida. Continua....

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